Aqueles que em Portugal defendem o não neste referendo a partir da posição de que a lei que penaliza deve existir para não ser aplicada mas dar o exemplo me parecem representar o lado mais hipócrita da personalidade lusitana. Apenas como exemplo à mão temos o Ludwig Krippahl do "Que Treta!" mas existem outros. É muito provável que esta tendência ainda venha a ganhar no próximo referendo e represente a maneira de pensar, mais ou menos consciente, de muitos portugueses. O apego aos formalismos e aversão à frontalidade é uma característica bastante acunhada em Portugal e que tem "o seu lado bom", a bonomia e pouca agressividade do seu povo por exemplo, mas que encontra em questões como esta do aborto o seu lado mais pernicioso. Em grande parte o que irá a votos no referendo ao aborto é a vergonha (e a falta de vergonha) dos portugueses na sua hipocrisia.
20070204
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4 comentarios:
Se votas sim porque achas que lei não é aplicada, isto implica que se fossem postas na prisão todas as mulheres que abortassem tu votarias não.
É isso?
É que se votas sim quer seja quer não seja aplicada, este ponto é irrelevante para a discussão.
Eu não concordo com a lei, logo votaria não (se pudesse, mas como sou emigrante neste exacto momento simplesmente não posso). O problema está em quem defende o não porque diz que a lei não é aplicada. Aí é que está a hipocrisia. É mais isso.
Isso faz um pouco mais sentido (não muito... o policiamento excessivo podia ser motivo para despenalizar). Mas não tem nada a ver com a minha posição.
Eu simplesmente acho que um feto vale tanto como um recém nascido. Nada pelo que são, tudo pelo que vão ser. Não vejo o que isso tem de hipocrisia...
Isso que agora dizes não é hipocrisia é outra coisa. Para mim é mistificação, para ti será outra coisa certamente. Mas o que dizias no teu post a que fiz referência sim era hipocrisia, para mim é claro, pelos motivos que referi no post. Mas como disse referi a ti porque estavas a mão de semear. Por exemplo ouvi Rebelo de Sousa (e outros) referirem argumentos semelhantes.
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