20070204

Salazar, Cunhal e a revolução

O facto de que Salazar e Cunhal pareçam ser, segundo os rumores que por aí andam, os mais votados até agora no concurso que a televisão pública portuguesa anda a realizar, que não tem nenhum resultado práctico e onde cada voto custa 60 cêntimos, revela (para além do facto esperável de que entre os tontos deste país abundam os extremistas de direita e esquerda) que a revolução do 25 de Abril, tantas vezes citada como a grande transformadora de mentalidades e explicadora de tantas particularidades, incluindo as eventuais diferenças de cenário político com o vizinho espanhol, ainda é suficientemente forte no imaginário português para possibilitar a entrada, bizarra em qualquer outra parte da europa ocidental, de um comunista ortodoxo em tal pódio, e ao mesmo tempo que já é tão fraca como para permitir a, eventualmente esmagadora, vitória do ditador principal responsável pelo regime contra o qual esta mesma revolução se realizou. A história não termina, se dilui.

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